quarta-feira, 2 de julho de 2008

MULHER ZUNGUEIRA

Elas saíram do Uíge, Malange, Benguela, enfim! De todas as Províncias de Angola para, na capital do país tentarem uma vida melhor e em busca de sonhos, tentar ver seus filhos “doutores”. Castigadas pela guerra, herdaram da mama quitandeira a arte de vender, da palavra “zunga” originária do kimbundo, ela se tornou andarilha, andante ou vagante, essa dita Sra. é a nossa Zungueira, mulher batalhadora que muito antes do sol, se levanta para tratar da vida e conseguir alimento para seu sustento.
Assim como uma leoa, caça comida para seus filhos enquanto o “rei” leão descansa, a nossa vendedora que de porta em porta e nas ruas da cidade sai oferecendo seu produto fazendo do lamento um grito, é sempre solidária.
Na sua maioria, levando seu filho caçula nas costas, dá Kilape as freguesas mais habituais e carrega no rosto um sorriso na esperança de um dia ver totalmente liberta a sua condição de vida.
Vítima de violência da policia e muitas vezes por parte dos próprios companheiros, a mulher Zungueira é exemplo de dignidade. Foi na tentativa de resgatar um pouco dessa dignidade que Marisol Kadiegi, realizou e produziu um documentário onde é relatado histórias desse grupo da sociedade Luandense.

Xinguilar, Xinguilamento, Xinguilante

Título, “xinguilamento: a força dos acentrais”
Gênero:documentário
Localização: Ilha de Luanda
Cidade: Luanda
País: Angola
Continente: Africano

Ilha do Cabo, já foi conhecido assim, este bairro da capital de Angola que é Luanda, mas hoje recebe o nome de Ilha de Luanda, seus habitantes, são os axiluanda, povo com fortes tradições, como a bassula, a bessangana, grandes festejos para a Kianda que em português pode ser traduzido como sereia.
Os axiluanda, também cultuam com muita coragem e determinação os espíritos dos seus antepassados, através do ato de Xinguilar ou xinguilamento, que é o ritual que envolve essa tradição.
A comunicação com os seus entes queridos, é fundamental para que a harmonia da comunidade se estabeleça. Assim quando é percebida a presença dos Kalúndus, é logo dado o inicio a uma iniciação ritualística para que o espírito possa manifestar-se e ser agraciado, deixar seu recado para depois voltar para o seu universo deixando os ilhéus certos de terem contribuído mais uma vez para a preservação da Cultura africana em Angola.

É esse o tema tratado num documentário com duração de 56 minutos, da série “Angola de Todos Nós”, uma realização de Marisol Kadiegi, que anda bebendo da fonte dessa cultura exuberante em Angola.